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28º capítulo de Fruto Proibido - Último Capítulo

quarta-feira, 4 de novembro de 2009


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Gilberto e Janete

Em sua casa, Isabel tem uma grande alegria.
– Promovida? – pergunta, surpresa.
– Claro, minha cara – fala amistosamente Tereza. – Já estava mais que na hora de você assumir um posto de diretoria. Meu filho decidiu abir seu próprio negócio, e então eu logo pensei em você. É até melhor, ter uma mulher nesse posto. Afinal, nosso foco são as mulheres dessa cidade.
– Puxa, Tereza. Você não vai se arrepender. Eu darei o melhor de mim.
– Disso eu não tenho dúvida. Então, esteja preparada, porque você sabe: melhor cargo, maior salário, maior reponsabilidade.
– Com certeza – concorda a garota, deixando transparecer sua realização. – Muito obrigada por tudo. Tudo mesmo.
Agradecimentos à parte, nesse instante se ouve uma batida na porta da frente. Isabel vai até a por ta e a abre. Em seguida, exclama:
– Estevão?
– Cheguei em má hora?
– De forma nenhuma – diz Tereza, rapidamente, pegando sua bolsa e já indo na direção dos dois. – Eu já estava de saída. Isabel, te vejo amanha, diretora geral.
– Está certo. Até amanhã, chefe.
Tereza vai embora, depois de dar uma olhadela de “torço por vocês” para Estevão. Logo o rapaz entra, deixando Isabel fechar a porta.
– Diretora geral – repete, dando ênfase ao cargo. – Parabéns.
– É. O Josué decidiu abrir seu próprio negócio.
– Aham. E daí ela escolheu a pessoa mais indicada para o posto.
– Ah, para com isso Estevão – diz Isabel, estranhando o elogio.
– Bom, eu não vou fazer rodeios. Eu vim aqui, falar com você sobre nós.
– Nós? – agora quem repete é Isabel, esperançosamente. – Então ainda existe “nós”?
– Eu estive pensando, e eu acho que nunca vai deixar de existir. Eu decidi te perdoar Isabel, mas com uma condição.
– Me perdoar. Tudo o que você quiser, meu amor. Diga sua condição.
– A minha condição, é que nosso filho tenha o nome do meu avô, Gilberto.
Isabel ri. Por um momento pensou que aquilo era um sonho; mas não. Era a mais bonita realidade.
– Mas é claro. Mas só se, se for menina, tenha o nome da minha avó, Janete.
– E que tal termos tanto um filho como uma filha? – sugere Estevão.
– Porque não? Ao seu lado, eu quero ter quantos filhos Deus mandar.
– Está certo. Assunto resolvida.
– Falando sério agora – Isabel muda seu tom. – Você tem certeza disso?
– Que eu te amo? Sim. Certeza que eu não me importo que o Dagoberto seja o pai da criança? Sim também. Certeza que eu quero que você se case comigo? Sim.
– Pois então pode ter certeza de mais uma coisa. Que a minha resposta é “sim”.

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27º capítulo de Fruto Proibido - Penúltimo Capítulo

terça-feira, 3 de novembro de 2009
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Ele é Meu!

– Dalva. O que aconteceu? – pergunta Wanda, com uma tonalidade de voz espelhando o estado de estrema fraqueza em que se encontra.
– Você não se lembra? Não lembra que ao tentar envenenar a Isabel quem acabou intoxicada foi você.
– O que você está fazendo aqui? – O tom da moça muda repentinamente par raiva e desprezo. – Não estava tão amiguinha da outra, porque está aqui cuidando de mim?
– Você é mesmo muito pretenciosa, não Wanda – zomba Dalva, com um sorriso banhado da maus pura alegria. – Quem disse que eu estou cuidando de você?
– Espere, foi você – diz Wanda, apontando para Dalva, num gesto de uma séria descoberta. – Você trocou os copos, é a única possibilidade.
– Confesso que um dos motivos de eu estar aqui era para ver essa sua cara incrédula, quando percebesse o que eu fiz. Quando percebesse que eu acabei com seus planinhos. Mas, eu não estou aqui só para isso não.
– Sua louca. Vai fazer o que então? Tentar me matar de novo. Você não sabe com quem acaba de mexer, porque quando eu sair dessa cama a gente vou te...
– Você não vai nada. Você não é nada – interrompe Dalva, mostrando a quê viera. – Como eu falava, o segundo e maior motivo de eu estar aqui é só para te comunicar que você perdeu o Dagoberto.
– O Dagoberto? Não, eu não acredito. Aquela songamonga roubou meu namorado! – Wanda não fala com Dalva, mas sim com o nada. Algo que parece extremamente doentio.
– Não, ela não. Quem está com o Dagoberto agora sou eu.
Por trinta segundos completos Wanda apenas fita Dalva, parecendo ainda não compreender o que seus ouvidos acabaram de captar. Depois, retoma sua fala, mais rancorosa do que nunca.
– Dalva, você não pode estar em seu juízo normal. Eu vou matar você.
– Eu já falei, você não vai fazer nada. Bom, agora que a notícia já está dada, eu vou indo. Marquei de almoçar com ele – fala. Dalva. A moça se vira e se encaminha pra a porta do quarto, mas na metade do caminho para e vira-se novamente. – Ah, dexa eu te contar um segredinho: a gente já tinha um certo relacionamento a mais de um mês. Mas como você é muito burra... – Ela dá uma amplificada gargalhada. – Tchauzinho, amiga. Melhoras, ouviu.
Dalva deixa do quarto. Wanda, pela primeira vez, chora. Desesperadamente.
– Aahh, vocês me pagam. Todos vocês – ameaça a garota, enquanto se lamenta naquela cama de hospital.
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26º capítulo de Fruto Proibido - Últimos Capítulos

segunda-feira, 2 de novembro de 2009


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Hospitalizada

– Maria Isabel, você é tão jovem – começa a tripudiar a criminosa. – Está esperando um filho, que com certeza será recebido com muito amor. Tem aos seus pés um homem que a ama. E um emprego dos sonhos, ainda mais com o carinha da chefe. Pena que não vai poder aproveitar mais nada que a vida tem a lhe dar.
A princípio Isabel não entende qual a finalidade do discurso arrastado e irônico de Wanda. Mas ao ouvir a última frase, ideias e possibilidades brotam na sua cabeça.
– Do que é que você está falando? Minha bebida?Você pôs alguma coisa na minha bebida?
Wanda ri maleficamente.
– É, a sua história acaba por aqui. E antes que você morra, eu quero apenas que você saiba qual foi seu pior erro. Sabe qual foi? Pensar que você podia comigo. Você pensou, Isabel querida, que com aquela surra eu ia me calar e ficar com medo de você. Você não me conhece mesmo. Esse erro vai custar sua vida. Sua, e do seu filho.
O curioso é que Isabel não sente nenhuma alteração em seu organismo com o passar desse tempo. Enquanto wanda, ao acabar de falar, começa a se sentir tonta e com fortes dores no abdomen.
– Ah. Ah, urg. Minha cabeça. Aai – geme, ao mesmo tempo em que começa a se equilibrar na mobília do aposento.
– Wanda, você...? – Isabel sabia exatamente o que acontecera. Mas como?
Wanda tomba no chão do escritório, agonizando. Dalva, que deveria ter ido embora, reaparece sobresaltada, mas com um quê de orgulho.
– Sim. Eu troquei os copos.
– Dalva, meu Deus, porque você deixou a situação chegar a esse ponto – recrimina Isabel.
– Ela precisava provar do seu próprio veneno. Tinha que aprender...
– Deixe disso. Vamos ligar para uma ambulância.
Isabel corre até o telefone e liga imediatamente para a emergência. Minutos depois, a ambulância chega a Requinte Modas e leva Wanda até o hospital. Felizmente, os médicos conseguem salvar a moça, que repousa naquela noite que quase acabara em tragédia. Porém, no dia seguinte, ao acordar, é Wanda que tem uma surpresa dessa vez. Ela vê Dalva em seu quarto, ereta ao pé de sua cama.

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25º capítulo de Fruto Proibido

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

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“Tin-Tin”

Isabel e Wanda estão com seus respectivos copos já erguidos no ar, prontos para o tão importante brinde. Porém, Dalva aparece na hora exta e atrapalha a ação. A moça entra na sala e não demora muito para confirmar suas suspeitas de que Wanda ia tentar alguma coisa contra Isabel. Ela observa de longe o sútil pó não disolvido no fundo do copo que Isabel segura. Nervosa, mas já com uma ideia em sua mente, ela põe um sorriso no rosto e se aproxima amigavelmente de Isabel.
– Isabel, que bom ter você de volta a loja.
– Dalva, que surpressa. Fazendo hora extra?
– É, fiquei até mais tarde hoje. Para tentar colocar as coisas em seu devido lugar – responde Dalva, dando um olhar nada discreto a Wanda. – Ham, Wanda, eu queria falar com você sobre a porcentagem da minha comissão na venda daquelas bolsas.
– Claro. Mas vamos conversar sobre isso amanhã. Nós já estamos indo embora, só íamos beber um copo de ponche.
– Brinde conosco Dalva – convida Isabel.
– Não – exclama Wanda, em um tom de voz muito além do normal.
– Não? Porque não? – Isabel estranha.
– Não, é que eu só peguei dois copos na cozinha. E como a essa hora a Ivanita já fechou tudo por lá.
– Ah, mas não tem importância. Eu e a Dalva dividimos o mesmo copo, se você não se importar amiga. É até bom, eu sou meio fraca para bebida.
– Não há necessidade. Já estou na minha hora – desculpa-se Dalva. – Só antes de ir, vou querer um abraço Isabel.
– Ah, claro Dalva. E obrigado por tudo que você fez para mim.
– Foi pouco. Acredite, foi pouco – fala Dalva ao mesmo tempo em que enlaça Isabel com seus braços.
Wanda observa toda a cena atônota, ainda não entendendo o porque da troca de lado da ex-amiga. Dalva continua um longo abraço em Isabel, ficando de costas para Wanda e de frente para a bandeja que suspenta os dois copos. Em um gesto rápido, quase que imperceptível, Dalva troca a posição dos copos sem Wanda notar. Logo após, despede-se.
– Agora tenho mesmo que ir Isabel. Sabe, no que precisar pode contar comigo – diz Dalva, ainda de mãos dadas com a nova amiga. Depois de ouvir um agradecimento da mesma, se dirige a Wanda. – E você Wanda, logo acertaremos o nosso assunto.
– Que assunto? – pergunta Wanda, preocupada.
– O da porcentagem da bolsa.
– Ah, claro. Que cabeça a minha – fala desconcertada. – Amanha falamos sobre isso. Tchau.
– Adeus. Até logo Isabel.
Dalva sai do luxuoso escritório. Wanda prossegue:
– E então, onde estávamos? Ah... no brinde claro – Ela volta a pegar os copos, tomando cuidado com suas posições. – Tome aqui. Esse é meu. Então, como já tinha dito antes, ao futuro minha querida. Tin-tin.
– Tin-tin.
E as duas enternas oponentes bebem o drink.

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24º capítulo de Fruto Proibido

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

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Madrinha Má

– Onde está a Tereza?
– Não há Tereza – responde Wanda, em um doce tom de timidez. – Desculpa ter que lhe mentir, mas eu precisava conversar com você.
– Eu não tenho mais nada a falar com a sua pessoa – Isabel afirma, pouco antes de vir as costas.
– Isabel, espere. Mesmo que à força, eu te ouvi no depósito. Eu peço que faça o mesmo, ouça o que eu tenho a dizer.
A moça encara Wanda novamente.
– O que é que você pode ter a falar, Wanda?
– Eu tenho que me desculpar. Eu sei que pode parecer muito estranho. Eu sei que é. Mas a verdade é que eu refleti sobre tudo o que você me disse. Aquela surra, serviu para alguma coisa. Eu vi. Eu vi que eu errei muito.
– Eu não sei até onde isso é verdade ou se é mais uma maracutáia – fala Isabel, não acreditando em tão repentina mudança. – Mas só lhe digo que agora não adianta de nada seu arrependimento. Continue sua vida. Que eu continuo a minha.
– Eu entendo que você esteja com raiva. Você está coberta de razão. Eu sentiria a mesma coisa, ou até mais. Mas tudo que eu lhe peço é uma chance de me redimir. Por favor, eu não quero que a nossa amizade, o nosso companherismo acabe com isso.
– Wanda, vamos deixar o tempo passar. A ferida ainda está muito aberta, não adianta querer que cicatrize tão rápido.
– Claro, está certo. Mas pelo menos você me deu uma esperança. Ah, eu sei lá. Pode paraecer muita pretenção, ou até sandisse minha, mas eu sonho em ser madrinha dessa criança. – Se os apelos de Wanda não fossem tão dissimulados, chegariam a ser engraçados.
– Hum, bom, veremos. Por hora, estamos conversadas – fala Isabel antes de se virar novamente, já com nojo da cara da oponente. Não agüentava mais ficar ali.
– Sim. Mas, antes de ir eu quero propor um brinde.
Isabel vira-se novamente., indgnada.
– Brinde? Por favor Wanda, não forçe a situação.
– Eu preparei com tanto cuidado Isabel. Não seja indelicada. Um copo de ponche, apenas para celebrarmos a nossa futura reconciliação.
– Se eu beber um copo de ponche posso ir embora? – pergunta a moça, não agüentando mais aquilo.
– Pode. Juro. Deixa eu servir – Wanda serve rapidamente os dois copos. Depois, dá o copo da esquerda para Isabel. O copo que contém o veneno mortal. – Ótimo. Ao futuro, amiga. Ao futuro

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23º capítulo de Fruto Proibido

quarta-feira, 28 de outubro de 2009
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O Chamado

– Obrigado – diz Isabel, ao menino que acabar de lhe entregar um bilhete, endereçada a ela mesma. Ela volta a sala.
– Quem era? – indagou a mãe.
– Um menino. Veio entregar esse bilhete. – Ela olha melhor o papel. – Olha, é da Tereza. Estranho, um bilhete. Ela normalmente usa o telefone.
– Talvez ela queira que você volte a trabalhar lá – fala Madalena, esperançosa.
– Deixe eu ver – A moça abre o bilhete que está em suas mãos. Logo, lê: – “Isabel, tenho que tratar de um assunto com você. É sobre a sua readimição, minha cara amiga. Te espero no escritório. Depois das dezenove horas.”
– Ai, que coisa boa. Está vendo, as coisas estão começando a melhorar – vibra a mãe.
– É. Já era hora. Mas porque depois da dezenove? Porque depois que a loja fechar? – pensa Isabel.
– Vai ver ela quer ter tempo para falar com você. Quem sabe não será promovida! – Madalena estava exalando esperanças e alegrias naquela tarde.
– Quem sabe – diz Isabel, aceitando a ideia. – Só tem um jeito de descobrir, não é? Vou me arrumar, que as horas voam.
– Está bem minha filha. Boa sorte. E não esqueça que a mamãe te ama.
Isabel então, feliz como a muito tempo não ficava, vai ao encontro de Tereza, no horário marcado pela mulher. O que ela não imagina é que quem a espera não é Tereza, e sim Wanda.
– Está quase na hora – fala com si mesma Wanda, sozinha no escritório. – Wanda, hoje você vai fazer o que já devia ter feito a muito tempo. – A moça está a amassar com voracidade comprimidos de um eficaz veneno no fundo de um dos copos. – Deixa eu amassar e triturar esse comprimido bem direitinho, assim como eu queria fazer com a aquela cara de mosca-morta dela. Ela não pode notar. Vou deixar o pó já ao fundo do copo, assim nos servimos da mesma bebida e não levanto suspeita. Meu Deus, às vezes até eu me surpreendo com a minha inteligência
E Wanda prepara toda a sua armadilha fatal. Enquanto isso, a ingênua Isabel se encaminha e finalmente chega a Requinte Modas. Ao adentrar o escritório, a moça surpeende-se ao ver Wanda.
(Isabel): Você?

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22º capítulo de Fruto Proibido

terça-feira, 27 de outubro de 2009
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Vovó Coruja

– Essa é a verdade, mamãe. Me desculpe. Me desculpe por lhe decepcionar – pede Isabel, sentada no sofá de sua casa, em frente a sua mãe.
– Eu nem sei mais o que dizer, Isabel – diz a mulher, fazendo sinal de “é o jeito, vou ter que aceitar”.
– Eu sei. Tudo isso é muito errado. Mas pode ter certeza que eu vou criar esse filho com a maior dignidade. Mesmo que eu enfrente muitos preconceitos, ter um filho é sempre um presente.
– Hum, quer saber. Pode contar comigo para passar por cima desses preconceitos – fala a mãe, tentando esquecer o erro da filha.
– Dona Madalena, você está falando sério? – surpreende-se Isabel.
– Foi só o susto minha filha. Agora que eu já estou mais calma posso dizer que eu sempre quis ser vovó. Claro, não tão cedo, – pondera – mas... o que está feito está feito, não tem como voltar atrás.
– Você não tem idéia do quanto me sinto aliviada. Eu sofria só de pensar que tinha perdido o carinho da minha mãe querida... E eu lhe garanto, eu vou pensar na melhor solução quanto ao pai.
– Quanto a isso, só quem pode tomar alguma decisão é você. Mas isso é detalhe. Afinal, esse bebê já tem uma grande mãe. E uma vó muito coruja.
Isabel dá um forte abraço em sua mãe, agradecida. Aquele era um dos momentos mais felizes de Isabel em seus últimos conturbados dias. Infelizmente, ele acabou sendo muito breve, pois foi interrompido com um simples som. Um tom de “toc-toc”. Alguém batia à porta.
– Deixe que eu atendo – disse Isabel. Ela levantou-se e abriu a porta.

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