O Chamado
– Obrigado – diz Isabel, ao menino que acabar de lhe entregar um bilhete, endereçada a ela mesma. Ela volta a sala.
– Quem era? – indagou a mãe.
– Um menino. Veio entregar esse bilhete. – Ela olha melhor o papel. – Olha, é da Tereza. Estranho, um bilhete. Ela normalmente usa o telefone.
– Talvez ela queira que você volte a trabalhar lá – fala Madalena, esperançosa.
– Deixe eu ver – A moça abre o bilhete que está em suas mãos. Logo, lê: – “Isabel, tenho que tratar de um assunto com você. É sobre a sua readimição, minha cara amiga. Te espero no escritório. Depois das dezenove horas.”
– Ai, que coisa boa. Está vendo, as coisas estão começando a melhorar – vibra a mãe.
– É. Já era hora. Mas porque depois da dezenove? Porque depois que a loja fechar? – pensa Isabel.
– Vai ver ela quer ter tempo para falar com você. Quem sabe não será promovida! – Madalena estava exalando esperanças e alegrias naquela tarde.
– Quem sabe – diz Isabel, aceitando a ideia. – Só tem um jeito de descobrir, não é? Vou me arrumar, que as horas voam.
– Está bem minha filha. Boa sorte. E não esqueça que a mamãe te ama.
Isabel então, feliz como a muito tempo não ficava, vai ao encontro de Tereza, no horário marcado pela mulher. O que ela não imagina é que quem a espera não é Tereza, e sim Wanda.
– Está quase na hora – fala com si mesma Wanda, sozinha no escritório. – Wanda, hoje você vai fazer o que já devia ter feito a muito tempo. – A moça está a amassar com voracidade comprimidos de um eficaz veneno no fundo de um dos copos. – Deixa eu amassar e triturar esse comprimido bem direitinho, assim como eu queria fazer com a aquela cara de mosca-morta dela. Ela não pode notar. Vou deixar o pó já ao fundo do copo, assim nos servimos da mesma bebida e não levanto suspeita. Meu Deus, às vezes até eu me surpreendo com a minha inteligência
E Wanda prepara toda a sua armadilha fatal. Enquanto isso, a ingênua Isabel se encaminha e finalmente chega a Requinte Modas. Ao adentrar o escritório, a moça surpeende-se ao ver Wanda.
(Isabel): Você?
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