A Surra
– Ah, então você quer brigar? – diz Wanda, com uma das mãos em sua face, bem onde fora atingida.
No instante seguinte, a moça parte para cima de Isabel, mas acaba levando outro tapa, que de tão forte, a derruba no chão.
– Brigar não – corrige Isabel, enquanto pare para cima de Wanda, ainda no chão. – Briga é quando duas pessoam tanto apanham quanto batem. Hoje a única que vai apanhar aqui é você!
A irritava garota, já sentada em cima da oponente, dá uma seqüência de tapas na mesma, sem dar ao menos uma mínima oportunidade de reação a Wanda. Enquanto é agredida, Wanda apenas consegue gritar por entre uma bofetada e outra: “Socorro. Socorro, essa mulher está louca. Alguém me ajude, por favor. Ela vai me matar.”
Por fim, depois de inúmeras pancadas, Isabel põe um fim em tudo aquilo.
– Chega – para Isabel. Enquanto fala, ela levanta e recompõe-se. Enquanto Wanda, de tempo em tempo, solta gemidos e baforadas ainda estirada no chão. – Eu seria capaz de te matar, de tanta raiva que eu estou sentindo. Mas isso já basta. Foi só para você ficar esperta, e ouça mais uma vez: pare, acaba por aqui todas as suas armaçõeszinhas contra mim. Fique com aquele nojento do Dasgoberto, que eu fico com meu filho – a moça então se encaminha para a saída. – Eu já vou indo agora. Até mais. Ah, quando eu voltar para essa loja e para minha casa, e estiver casada e com meu filho nos meus braços, nós conversamos de novo, certo?
Isabel retira-se do depósito, deixando Wanda ainda estirada no chão. A moça, um tanto machucada, sofre um pouco para se levantar e finalmente se recompor.
– Aaai. Ai minha cara. Parece que essa idiota me apropelou – fala, enquanto tenta massagear suavemente a cara. De repente, parece esquecer toda a dor, e começa a falar em um tom tão ameaçador quanto doentio. – Ela me paga. Isso vai ter volta. Eu não quero mais nem saber se o Dagoberto está em jogo ou não. Isso agora é totalmente pessoal. Ela pensa que pode fazer isso comigo, e deixar por isso mesmo? Não sabe com quem acaba de comprar briga. Eu vou acabar com ela. Com ela e com seu filinho. Eu prometo, essa criança não vai nem nascer – sua face se contrai perversamente, dando sinal de que mais uma ideia aflora. – Hum, nada que uma dose de veneno não resolva. E disso, eu entendo.
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